terça-feira, 18 de julho de 2017

Construindo um tablado para Bateria Parte IV - Conclusões e Próximos Passos

Conclusões

Bom, terminada toda a epopéia você deve estar se perguntando: “Tá, porco Judas, mas e aí, esta parada funciona ou não funciona?!”
A resposta é: Sim! Funciona perfeitamente bem e reduziu a 0 os níveis de ruídos transmitidos para o chão. Existem vários vídeos na internet mostrando testes da solução com sismógrafos exibindo os níveis de vibração antes e depois da instalação da solução. Eu repeti estes testes após a montagem e realmente nada é transmitido para o chão. Logo o resultado é 100% satisfatório.
Inclusive partes que emitem baixíssima vibração (como caixa, pratos, etc.) tem seus ruídos eliminados, fazendo com que o silêncio impere e acabando de vez que qualquer distúrbio que eventualmente poderia estar acontecendo.
Além disso, em três meses de uso desde a montagem (sim, faz um tempo que montei isso e só criei vergonha na cara de escrever isso tudo agora), não recebi qualquer reclamação sobre os níveis de ruído por conta do uso do instrumento.
Mas claro, nem tudo são flores. No começo é muito complicado você se acostumar a andar ou a estar em um piso que se movimenta em baixo de você. Somado ao fato de estar-se no 17º andar, a coisa pode ser até mesmo um pouco enjoativa. É preciso cuidado para se acostumar e também de avisar as visitas de que passarão a pisar em algo relativamente instável.
Outro problema é que a bateria inteira se movimenta enquanto você toca. Não atrapalha em nada a performance e você não vai começar a bater no lugar errado por conta disso pois você está se movimentando em fase com o instrumento (Portanto não culpe a solução pela sua grosseria!). Acontece que visualmente pode ser um pouco estranho no começo.
Mas estas são coisas que você facilmente se acostuma ainda mais frente ao tamanho benefício que se consegue com esta solução!
Portanto, eu super recomendo a instalação deste tipo de tablado em ambientes onde a problemática seja semelhante à apresentada. Não custa caro, é super trivial de ser feito, e com materiais simples e reaproveitados você consegue resultados incríveis por muito menos dinheiro que comprando soluções de mercado.

Próximos passos

Como próximos passos ficam:
  • Prender as duas chapas usando as fitas. Eu ainda não o fiz pois efetuei furos de 8mm mas a fita que eu comprei para esta finalidade é de 10mm. Preciso ou comprar fitas mais estreitas ou refazer os furos. Provavelmente irei pelo primeiro caminho;
  • Aplicar algum acabamento sobre a madeira de cima. Além de esteticamente não ser muito agradável este compensado com furos e bolas de tênis, a forma com que a solução é construída permite acúmulo de sujeira. Além disso, é muito complicado limpar esta madeira crua quando seu cachorro decide fazer banheiro do seu tablado! Então, pretendo cobrir a madeira superior com placas de piso laminado para corresponderem ao piso do restante do apartamento. Além de ser muito mais bonito, facilitará bastante a limpeza;
  • Cortar o excesso de EVA das bordas. É previsto no projeto EVA apenas nos perímetros do tablado distantes 65mm da parede. Isso porque o espaço de 165mm foi pensado para os casos de chuva forte onde a água acabe passando pela vedação do vidro da sacada (é raro, mas acontece e poderia arruinar o projeto caso a água atingisse o compensado). Desta forma, cria-se uma “calha” entre o chão da sacada e o EVA até o ralo, de modo que a água não tenha contato com nada que ela possa estragar. Este corte ainda não foi efetuado mas farei assim que me der na telha!

C’est fini

Então é isso, moçada varonil (e os de pouca varonilidade que eventualmente estejam lendo isso também). Gostaria de agradecer aos milhares de vídeos no YouTube que me inspiraram neste projeto, vou deixar o link para alguns deles após o texto, gostaria de agradecer ao meu pai por ter cedido o espaço para a realização do projeto e por ter me ajudado também tanto a realizá-lo como no transporte das peças, à minha noiva por me dar suporte neste hobby que eu tenho e também à minha filhota que me ajudou durante todo o processo. Deixarei algumas fotos dela abaixo! :P
Saudações. Se no caminho até em casa espirrarem, saúde também!
Figuras 24 a 26 - Montagem e participação especial! :)
“Nós descobrimos neste mundo que o sucesso começa pela intenção da gente e tudo se determina pelo nosso espírito.” - Napoleon Hill

Referências:


  1. DIY Impact Noise Isolating 'Tennis Ball' Drum Platform: https://youtu.be/B-9xcm-TtfM
  2. E-Drum Noise Isolation Platform - Tutorial: https://youtu.be/wAxxviPW7Bc
  3. Isolador para Bateria com Bolas de Tênis: https://youtu.be/gK7jfKeyhvY
  4. Noise Spider (kick pad sound isolator): https://youtu.be/4y_ShSFA5q4
  5. Piso Flutuante para Bateria Eletrônica - DIY: Noise Isolating Drum Riser: https://youtu.be/dSPqGAFEYjA

Construindo um tablado para Bateria Parte III - Instalação

Pois bem! Em posse então de todas as partes para a montagem do tablado, bastava realizar a montagem do mesmo. Para isso, tive que transportar as chapas de compensado da casa de meus pais até meu apartamento, o que se mostrou uma tarefa um tanto quanto simples uma vez que meu pai possui carro de trabalho aberto, o elevador do meu prédio é ENORME (de verdade), e que eu muito perspicazmente adicionei alças de transporte nas chapas o que nos permitiu transportá-las com muito mais facilidade ao longo do caminho.
Então, comecei a instalação montando as placas de EVA como se fossem um quebra cabeças. Por que eu não usei uma placa contínua de EVA mas sim comprei estas modulares? Simples: ‘Cause it’s cheaper, bitch!
Figuras 12 a 16 - Instalação das placas de EVA
Cortei com estilete os cantos e os excessos de EVA para completa cobertura e encaixe conforme podem ver acima, de modo que toda a sacada estivesse coberta pelo EVA.
Observação: No projeto estava previsto EVA de 10mm, o que eu acho suficiente pois a função dele é apenas nivelar imperfeições, impedir que a madeira de baixo produza ruídos e arruíne tudo e também impedir que a coisa toda escorregue. Entretanto na hora da compra o valor para EVA de 20mm não era tão proibitivo de modo que preferi seguir com esta espessura e ter mais uma camada agindo como absorvente dos impactos e ruídos. Deu certo no final, então caso possam por projeto e por orçamento, sigam por este caminho.
Após, posicionei a primeira chapa de compensado sobre o colchão de EVA para assegurar-me de que tudo estava indo bem e que eu não tinha cortado nada incorretamente (o que inefavelmente aconteceu, ainda não entendi em que passo ou porque).
Figuras 17 e 18 - Placa de compensado sobre o EVA
Tudo certo, hora de colocar as bolas de tênis em seus respectivos furos. Todas elas foram colocadas de modo a preparar para a adição da chapa de madeira superior.
Figuras 19 e 20 - Bolas de tênis sobre a placa base do tablado

Figuras 21 e 22 - Placa superior de compensado sobre as bolas de tênis
Posteriormente bastou fazer os testes iniciais para ver se a estrutura aguentava peso conforme o planejamento disse que aguentaria e montar a bateria sobre a madeira para os primeiros testes!


Figura 23 - Montagem do tablado concluída e bateria montada sobre ele

E daí? Parte IV, cavalheiro!

Construindo um tablado para Bateria Parte II - Construção

Chegada a hora, partiria para a execução do projeto. Esta consistiu em comprar em primeiro lugar todo o material que seria necessário, claro.
Conforme a lista de materiais apresentada na Parte I, eu comprei inicialmente as placas de EVA, as bolas de Tênis e as duas chapas de compensado. Se precisarem de indicação onde comprar cada um dos ítens deixem um comentário, mas Mercado Livre resolve 66,67% dos casos.
Mandei entregar as chapas de compensado na casa dos meus pais pois lá seria realizada a construção do projeto dado que um apartamento não é o ambiente mais adequado para cortar e furar madeiras.

Corte e furação das chapas de compensado

Lá chegando as chapas, bastou transferir as medidas do projeto para uma das chapas de compensado. Todos os cortes e furos seriam efetuados usando esta como gabarito, assim eu não precisaria transferir as medidas duas vezes (correndo um risco maior de errar neste passo) e também garantiria que os cortes e furações seriam idênticos.
Figura 6 - Medidas transferidas para o compensado
Lembrando que as chapas já foram compradas nas dimensões apropriadas para a instalação, sendo 1220mm por 2200mm.
Ótimo, medidas transferidas para a chapa de compensado, era hora de efetuar as furações propriamente. Para os furos onde seriam encaixadas as bolinhas eu usei uma serra copo tamanho 20mm. Um pouco maior talvez tenha sido melhor, pois assim uma porção maior da bolinha ficaria encaixada no buraco. Não que eu ache que assim não ficou bom ou então perigoso, mas um buraco maior talvez fosse uma melhor aproximação.
Inicialmente, efetuei um furo guia com uma broca para madeira de 8mm. Assim, ao usar a serra copo, esta não seria a responsável pelo furo inicial, que deve ser feito em posição mais precisa. Após, usei este furo guia como base para a furação com a serra copo.
Figura 7 - Realização do furo guia
Usando a mesma broca guia efetuei os furos para a passagem da fita Hellermann (enforca-gato, abraçadeira de nylon…) que seriam responsáveis por prender e manter as duas chapas alinhadas uma sobre a outra.
Devido à altura do copo da minha serra copo ser baixa, eu não conseguia furar as duas madeiras em uma única passada, fazendo-se necessário, então, furar a madeira superior, limpar o copo da serra copo e assim partir para o furo da madeira de baixo. Entretanto, como a furação guia já estava feita e com o furo maior da madeira superior servindo de guia, esta tarefa foi fácil de ser executada entretanto trabalhosa.
Figura 8 - Realização do furo na primeira chapa
Figura 9 - Realização do furo na segunda chapa
O corte das alças de transporte foi feito inicialmente com dois furos de 20mm seguidos de dois cortes feitos com serra tico-tico. Assim criou-se um bolso para a colocação das mãos e melhor transporte das chapas.
Figura 10 - Realização do corte das alças para transporte
Posteriormente, bastou realizar o corte da área onde passará o shaft contendo os canos de dreno para os ralos das sacadas conforme anteriormente mencionado. Este corte também foi feito com serra tico-tico e finalizado com lima e lixas.
Sendo assim, o tablado já estava construído em si. Bastava apenas levar ao local onde seria instalado com as bolas de tênis em conjunto com as placas de EVA, conteúdo a ser previsto na Parte III desta joça.
Figura 11 - Chapa concluída com todos os cortes e furos

Tudo pronto, o próximo passo é realizar a instalação no local, assunto coberto na Parte III desta série.

Construindo um tablado para Bateria Parte 1 - Projeto

A primeira parte do projeto consiste em projetar exatamente o que deveria ser feito. Como diz a sabedoria popular, “medir duas vezes, cortar uma só!”
Para elaboração do projeto eu fiz uso do aplicativo Google SketchUp 8.0 pois é o que consegui mais facilmente emular com Wine no Linux.
“Ah, por que você não usa Windows?!”
- Porque não presta!
“Ah, por que você não tentou emular uma versão mais recente?!”
- Lei do menor esforço. Esta já estava pronta para instalar e usar.

Cálculo da área total do tablado e seu desenho

Certo, as primeiras medidas que tirei foram as do espaço onde iria instalar o tablado (neste caso a sacada do meu apartamento), que mede 2430mm por 1450mm (converte pra metro, te vira!). Além disso, devido a um espaço para a descida do cano do ralo de todas as sacadas do prédio, em um dos cantos uma área de 215mm por 215mm deveria ser desconsiderada. Sendo assim, a área para a instalação do tablado seria conforme abaixo:
Figura 2 - Área destinada à instalação do tablado
Nas faces do lado direito e inferior da Figura 2, a sacada possui um fechamento com vidro que por vezes apresenta infiltrações permitindo a entrada de água. Para isso foi destinado um espaço de 165mm nestas faces e nas demais um espaço de 65mm apenas para que o tablado não encostasse na parede transferindo, assim, as vibrações cujo intuito era o de absorver.
A indagação que pulula em sua mente neste momento é: “Entendi tudo até agora, mas por que exatamente 65mm e 165mm?!”
O que? Não é esta a indagação? Deveria! Aprenda a fazer perguntas mais pertinentes…
O espaço inicial que seria destinado era o de 50mm nos lados com parede convencional e 15mm nos lados fechados com vidro. Entretanto, as chapas de compensado possuem comprimento de 2200mm. Logo:
2430mm - 50mm - 150mm = 2230 (sobraram 30mm, já que o comprimento é de 2200mm)
30mm/2 = 15mm para cada lado.
Portanto: 50mm + 15mm = 65mm; e
150mm + 15mm = 165mm.
Entendeu?
O mesmo cálculo foi feito para a largura, entretanto, tendo a largura original das chapas a medida de 1600mm e tendo a sacada a largura total de 1450mm, logicamente as chapas seriam maiores nesta dimensão que o espaço disponível. Sendo assim, era necessário calcular onde deveriam ser cortadas as chapas para o tamanho adequado. Então:
1450mm - 50mm - 150mm = 1250mm.
Sendo assim, as chapas de compensado deveriam possuir dimensões finais de 2200mm x 1250mm.
Mas nem tudo são flores nesta vida, é ou não é?! Você, leitor atento, recorda-se da área perdida para o espaço por onde corre o cano d’água com o dreno de todas as sacadas do prédio? Pois é, perspicaz legente! Precisaríamos fazer a conta do quanto seria removido das chapas para que estas se acomodassem adequadamente ao desenho da sacada.
Como o espaço era de 215mm por 215mm, esta foi a área removida. A conta aqui foi feita da ordem inversa: Dado o desenho da sacada, retirando-se 65mm de espaçamento para as paredes e 165mm para o fechamento com vidro, o corte seria feito com 50mm na face voltada para o fechamento (165mm + 50mm = 215mm) e com 215mm na face voltada para a parede (isso por si só funciona pois o espaçamento de 50mm acompanharia o deslocamento de 215mm, você vai entender nas imagens).
OBS.: Nas fotos da execução vocês perceberão que o projeto final não acompanhou este planejamento. Erro de execução, acontece!

Cálculo do posicionamento dos furos para as bolas de tênis, fixação e transporte

Posição das bolas de tênis

Após determinado o desenho do tablado em si, fazia-se necessário calcular a distribuição das bolas de tênis ao longo do mesmo.
Como eu disse anteriormente (preste atenção!), não é interessante que as bolas fiquem mais de 500mm distantes uma das outras.
Aí o jênio matemático de plantão (sim, com ‘J’ mesmo!) vai dizer: “Fácil, basta desenhar então linhas a cada 500mm na largura e comprimento e colocar as bolinhas onde as linhas se cruzarem!”
Calma, Horácio (cabeção!), existem alguns pontos a se considerar:
  • O primeiro é o mais óbvio, se você desenhar linhas a cada 500mm, as bolas estarão com distância nas diagonais igual a 500mm * sqrt(2) (não sei desenhar raiz nessa fita mesmo, e daí?!). Isso é maior que 500mm ferindo a regra que diz que as bolas não podem estar mais distantes que isso de suas vizinhas imediatas.
  • O segundo ponto é que você não pode começar medindo do milímetro zero, do exato canto das chapas de compensado. Você precisa de um espaço mínimo para o diâmetro do furo que servirá de berço para a bola sem que seja comprometida a estrutura das chapas
  • E o terceiro ponto é que, com o desconto do espaço acima, esta distribuição pode não ser ideal.
Então vamos lá. Se fosse um retângulo, as chapas mediriam 2200mm x 1250mm como já calculamos anteriormente. Removendo-se 100mm de cada lado para espaçamento adequado, teríamos as medidas 2000mm x 1230mm.
Para os 2000mm é ótimo: 5 bolinhas, uma a cada 500mm e acabou! (a divisão dá 4, eu sei, coração! Mas este é o número de intervalos. É preciso mais uma bola na ponta);
Agora, para os 1230mm é mais complexo. 1230mm / 500mm = 2,46 intervalos. Isso complicaria muito a conta e a execução.
Sendo assim, preferi arredondar o número para cima (sobrar apoio é melhor que faltar, aqui) e trabalhar com 4 bolas ou três espaços. O resultado final ficou o de uma bola a cada 333,33mm, então coloquei um espaço com 340mm e dois com 330mm.
Legal, até então tudo maravilhoso, mas lembre-se: O desenho do tablado não é um retângulo perfeito! E como se der chuva de Xuxa, no meu colo cai Pelé, é claro que exatamente naquela remoção teria o espaço de uma bola.
Como calcular um novo espaço para ela de forma a manter a boa distribuição dos apoios? É prudente colocar a posição na diagonal entre a posição inicial e a bola mais próxima, mas a que distância? Eu calculei a média entre 500mm e 333,33mm e cheguei ao número 420mm.
Ótimo, posição das bolas determinadas, o próximo passo era determinar a posição de outras furações auxiliares.

Posição dos furos de fixação

É muito pertinente fixar uma chapa de compensado à outra para evitar que a superior deslize sobre as bolas e também para evitar que, ao se aplicar peso em uma das extremidades da chapa superior, esta levantaria na extremidade oposta, permitindo deslocamento das bolas em baixo. Além disso, esta manobra facilita manutenções e limpeza sob o tablado, permitindo que o mesmo seja erguido como um todo para tais atividades.
Esta fixação precisava ser feita com algo resistente e maleável para aguentar as ondulações do tablado sem se romper. A escolha foi por fitas tied-up de 10mm de espessura (o famoso enforca-gato!).
A posição dos furos foi calculada da seguinte forma: entre 4 bolas mais próximas a cada extremidade do tablado, tracei as diagonais do quadrilátero formado por elas e, descoberto o cruzamento das retas, de forma paralela ao comprimento, afastei 25mm e marquei as posições que seriam para os furos de 10mm. Assim, cada furo ficaria 50mm longe um do outro não afetando a integridade e estrutura da chapa.
Figura 3 - Furos para fixação
Posição das alças para transporte
Outra furação auxiliar seria a elaboração de alças de transporte. Estas seriam localizadas sobre a linha do meio no comprimento e nos primeiro e terceiro quadriláteros da largura. Ficariam centralizados em largura e comprimento medindo 150mm x 30mm e com cantos arredondados conforme imagem abaixo:
Figura 4 - Alça para transporte
Isso porque não seria tarefa fácil carregar uma chapa dessas dimensões caso precisasse executar a tarefa sozinho. Além disso, estas alças auxiliam no transporte e manutenção sob o tablado da mesma forma que acima.
Desta forma, o resultado final de todas as medidas ficou sendo o seguinte:
Figura 5 - Medidas completas do tablado

Fiquem espertos para a Parte II onde eu abordarei a construção da bagaça. Na Parte III falarei da instalação da bodega propriamente dita!

Construindo um tablado para Bateria

Olá, espectros demoníacos! Como vocês estão indo? Eu espero que estejam indo bem… ….pra longe daqui!
Vamos encarar a realidade, ninguém lê isso aqui e eu não sei para quem eu escrevo, então a grande realidade é que qualquer rudeza, rispidez ou aspereza na redação do meu texto não afetaria ninguém. Se afetar, vocês todos sabem que tem muito mais do que eu!
Ótimo! Dadas as devidas introduções e apresentações, hoje vou falar pra vocês sobre como eu construí um tablado para tocar bateria. Vamos lá! (“vamos”, como se eu não estivesse sozinho nessa…)

Problemática

Mesmo fazendo uso de uma bateria eletrônica que não emite praticamente nenhum ruído acústico, mesmo instalando o instrumento em um ambiente cercado por vidro reduzindo para zero os já praticamente nulos ruídos acústicos emitidos, ainda assim o uso do pedal de bumbo provoca vibrações na laje que eventualmente podem causar incômodo a demais pessoas que habitam o mesmo prédio que o músico.

Motivação

Não causar incômodo ao próximo. Se as demais pessoas no mundo pensassem assim também o mundo seria um lugar absurdamente melhor!

Mas, o que raios será feito?!

O projeto consiste na elaboração de um tablado para bateria (sim, como está escrito no título) cuja ideia é criar um piso elevado amortecido de modo que as vibrações do instrumento não sejam transferidas para o chão.
Este resultado é obtido através do isolamento entre o piso elevado e o chão com material dotado de propriedades de absorção de impactos.
Como budget é um desafio em qualquer cenário, o material dotado de propriedades de absorção de impactos utilizado foi bolas de tênis usadas (sim, você leu isso certo, bolas de tênis usadas).
Por que usadas? Simples, porque custam menos e atendem o mesmo propósito.
Então, cria-se uma estrutura em camadas na seguinte ordem e materiais:
  • Uma camada de EVA com espessura mínima de 10mm. Isso ajuda na absorção de impactos além de impedir que a estrutura toda escorregue;
  • Uma camada de compensado com espessura mínima de 15mm. Esta primeira chapa manterá as bolas de tênis em seu devido local;
  • Uma camada com as bolas de tênis em si. Separadas com espaçamento máximo de 500mm entre elas conforme será dito mais posteriormente neste texto;
  • Outra camada de compensado com espessura mínima de 18mm. Esta última é onde será apoiado o instrumentos e onde o músico efetivamente ficará. Eu usei uma chapa mais fina - 15mm - e achei que o resultado ficou aquém do esperado;
  • Opcionalmente pode-se adicionar uma camada posterior de acabamento que pode ser um carpete, piso laminado, piso frio, vinílico, verniz, tinta, entre outros.
Figura 1 - A primeira figura do documento

Assim sendo, acompanhem-me nesta maravilhosa epopeia onde passarei pelos quatro mundos desta investida: Projeto, Construção, Instalação e, por fim, Conclusões e Próximos passos! Vamos lá!